Segundo a pesquisa de rodovias da Confederação Nacional do Transporte (CNT) de 2014, 62,1% das rodovias brasileiras avaliadas foram consideradas péssimas, ruins ou regulares, devido a comprometimentos nas características de geometria, sinalização e pavimentação da via. Por isso, todo cuidado com a buraqueira é pouco: os desgastes das pistas podem causar transtornos como o estouro do amortecedor, a quebra da mola de suspensão, além de acidentes.
A professora Angelina Carvalho voltava do município de Serra Talhada pela BR-232, em Pernambuco, quando perdeu a calota de um dos pneus de seu carro. "Era início de noite e não vimos o buraco. A via não estava bem iluminada, mesmo com o farol, não conseguimos vê-lo", conta. Como o pneu não baixou, Angelina e família preferiram seguir viagem. "Tenho visto nos jornais que muitos assaltos acontecem nessa rodovia, não é seguro de ficar. Em outra ocasião, já tivemos que parar e trocar o pneu", comenta.
De acordo com o chefe de oficina Ronaldo Leonor da Silva, os problemas mais comuns ocasionados por buracos são os empenamentos do caster e da cambagem (ângulo medido na roda em relação à sua inclinação vertical) dos borrachudos. "A primeira situação acontece quando as rodas dianteiras caem primeiro e acabam indo para trás. A segunda, quando a linha vertical da roda trava na parte superior, o que faz o automóvel pender para um dos lados e cantar pneus nas curvas, além de desgastar os pneus rapidamente", explica. Por isso, o mêcanico coloca como fundamental, caso hajam atritos mais sérios com os buracos, a visita à uma oficina. "É preciso saber se alguma bandeja foi empenada ou se a linah de cambagem foi afetada. Talvez também seja necessário corrigir o alinhamento do carro".
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